AUDITORIA DO FC PORTO | Transferências: 50 milhões perdidos em comissões | OneFootball

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·15 January 2025

AUDITORIA DO FC PORTO | Transferências: 50 milhões perdidos em comissões

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As conclusões da auditoria do FC Porto arrasam a gestão da anterior administração no mercado de transferências. De acordo com a consultora Deloitte, Pinto da Costa e restantes colaboradores são responsáveis por um impacto negativo de 50 milhões de euros nas contas do clube, devido a esse comportamento nas compras e vendas de futebolistas.

O primeiro número é este: 47 por cento das comissões pagas a intermediários entre 2014 e 2024 estiveram acima dos referenciais da FIFA. O organismo estipula um valor máximo de dez por cento a ser pago aos intermediários (e três por cento em renovações), mas a equipa de Pinto da Costa terá feito tábua rasa das regras de ética e bom senso.


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Ora, segundo o documento a que o zerozero teve acesso, em dez temporadas o FC Porto pagou 158 milhões de euros em comissões (16 milhões/época), sendo que em 27 por cento dos movimentos de saídas (vendas/empréstimos) e em 61 por cento dos movimentos de entrada (contratações), o emblema portista desembolsou valores acima dos níveis de referência.

A auditoria estima que estes valores indevidos cheguem aos 38,4 milhões.

Foram analisados os pagamentos feitos em processos ligados «a 55 futebolistas relevantes», sendo outra das conclusões a escolha recorrente de empresários amigos. Esta «concentração de intermediários» fez com que metade das verbas pagas em comissões (80 milhões!) tivessem como destinatários apenas oito agentes - 35 por cento para os três principais.

E quem foram esses nomes prioritários na relação do FC Porto com o mercado?

1. Gestifute, de Jorge Mendes - beneficiária de 31,1 milhões 2. PP Sports e N1 Carreiras Desportivas, de Pedro Pinho - 14,7 milhões 3. Bertolucci Assessoria, de Giuliano Bertolucci - 10,1 milhões

Na investigação surgem ainda as empresas BM Consulting (do advogado Bruno Macedo), Passion Sports, Live Soccer (Israel Oliveira), STV - Soccer Talents Vision e Northefields Sports BV.

O modus operandi do FC Porto no mercado era tudo menos organizado. Em 55 das compras realizadas, 51 não dispunham de documentação de suporte, nem tampouco de relatórios de scouting ou outras explicações que sustentassem o investimento.

E em 41 dessas mesmas 55 entradas, as verbas pagas aos empresários/intermediários foram excessivas. Há ainda, acrescenta a auditoria, comissões pendentes relativas a 23 atletas - obrigações a rondar os 15,8 milhões para o FC Porto. Obrigações que transitaram, como se percebe, da anterior administração para a que é comandada por André Villas-Boas.

AVB assegura «limite às comissões» e transparência

Desde maio de 2024, a SAD do FC Porto tem um manual de conduta a adotar no mercado de transferências. De acordo com a auditoria realizada pela Deloitte, os dragões têm agora um «limite às comissões em transferências», alinhado com os referenciais da FIFA e os standards de mercado - dez por cento do valor total da transação e três por cento do salário bruto do atleta.

Além dessa medida, a SAD propõe-se a «terminar com os mandatos de exclusividade» e a renegociar todos os que foram já negociados.

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