Zerozero
·9 March 2025
Casa derrubada

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·9 March 2025
Durou 197 dias, a invencibilidade caseira do Casa Pia na Liga Portugal Betclic. 22 jornadas e alguns confrontos com adversários teoricamente superiores, desde o último desaire (0-2 com o Santa Clara, em agosto), mas eis que o Sporting colocou um travão nessa boa série.
O marcador mostra 1-3, mas por si só não conta a história de um jogo em que o leão encontrou algumas dificuldades na caça ao ganso. A vantagem de dois golos foi perdida no fim da segunda parte e o empate chegou a estar nas cartas, até que uma grande penalidade voltou a mudar o leme de mão e o rumo das marés. No fim, ficou confirmado o regresso dos visitantes à liderança isolada.
Apesar de todos os dados apontarem o Casa Pia como um adversário duríssimo, tendo até Rui Borges sublinhado uma e outra vez a qualidade e a confiança dos gansos, especialmente nesta sua casa emprestada em Rio Maior, a verdade é que o Sporting conseguiu demonstrar a sua suposta superioridade desde cedo no jogo.
Corria o 12º minuto de jogo quando Gonçalo Inácio colocou o marcador em movimento. Já tinha sido ele a abrir a contagem de uma vitória leonina na jornada transata, frente ao Estoril Praia (3-1) e deste vez o defesa central voltou a aparecer no sítio certo, desviando um cruzamento de Quenda na sequência de um canto curto. Quenda quase marcou minutos depois, mas faltou a finalização.
Esse tento inaugural foi mais uma prova do recente crescimento dos leões no capítulo das bolas paradas, começando a aproveitar cada vez mais esse momento do jogo, mas isso não significa que se tenham perdido os caminhos antigos. Nada disso... Que o diga Viktor Gyökeres - ou vintage Gyökeres - que dobrou a vantagem num típico lançamento na profundidade a partir da esquerda. Patrick Sequeira mal batido, nesse momento.
Outro fenómeno que não é novo no Sporting é o isolamento de Ricardo Esgaio como elemento mais frágil da equipa. A titular pelo terceiro jogo consecutivo como central à direita, o lateral de raiz colocou o adversário novamente no jogo aos 45 minutos quando, na tentativa de chegar à bola antes de Miguel Sousa, desviou o cruzamento de Larrazabal para a própria baliza. Autogolo. Por pouco não repetiu a dose no primeiro lance da segunda parte, gerando alguns apupos por parte dos adeptos visitantes...
O segundo tempo trouxe mais avisos ao leão. Além desse segundo susto, num desvio de Esgaio que por pouco saiu para canto, houve ainda uma flagrante oportunidade para José Fonte, que só não marcou devido à boa reação de Rui Silva na baliza. O guardião do Sporting ainda faria mais um par de defesas importantes.
Como não raras vezes acontecera nesta era pós-Amorim, começámos a ver o Sporting com muito mais dificuldades no segundo tempo em relação ao primeiro. Mas foi nesse período, enquanto víamos a formação caseira a ganhar confiança, que o leão, matreiro, deu o seu golpe. Duplexe Tchamba derrubou Trincão na área e Gyökeres bisou no encontro, depois da intervenção do VAR justificar a marcação de uma grande penalidade.
Com o 1-3 no marcador, houve um renascer nos adeptos visitantes, que estiveram em maioria nesta tarde de aguaceiros. Canções e pirotecnia acompanharam e motivaram também o novo fôlego da equipa, que só não celebrou o hat-trick do avançado sueco porque Tchamba, em busca da redenção, cortou a bola em cima da linha.
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