Jogada10
·19 April 2025
Cunhada de Bruno Henrique revela ameaça do marido por aposta

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·19 April 2025
A Polícia Federal indiciou Ludymilla Araújo Lima, cunhada do atacante Bruno Henrique, por suposta participação em um esquema de manipulação de apostas. Ela afirma que o marido, Wander Nunes Pinto Junior — irmão do jogador do Flamengo — a ameaçou após ela se recusar a liberar uma quantia proveniente de uma aposta feita com seus dados pessoais, sem sua autorização. A CNN Brasil divulgou as informações.
Conforme detalha o inquérito, Ludymilla registrou uma conta na plataforma de apostas Betano em 31 de outubro de 2023, poucas horas antes de Flamengo x Santos. Na ocasião, Bruno Henrique teria forçado um cartão amarelo para beneficiar apostadores envolvidos.
Porém, a movimentação da conta levantou suspeitas na Betano, que decidiu bloquear R$ 1.180,67 — valor total da aposta, sendo R$ 380,86 o montante inicial investido. A empresa identificou sinais de possível fraude, já que o usuário ‘ludy.alima’ criou e utilizou a conta no mesmo dia, apresentando comportamentos semelhantes aos de outros usuários que abriram contas recentemente, todos realizando apostas direcionadas ao mesmo evento esportivo.
Mensagens extraídas do celular de Ludymilla sugerem que a conta foi aberta por Wander, sem o seu consentimento. Após a partida, ele teria pressionado insistentemente a esposa para que ela entregasse o login e a senha, alegando que precisava sacar o dinheiro. Ela, entretanto, se recusou a fornecer os dados, afirmando que aguardaria a conclusão da investigação da plataforma.
“Ele está me ameaçando por causa de uma conta que está no meu nome. Usou meu CPF pra fazer aquela aposta. Daqui a pouco sou eu que vou presa. Está tudo sendo investigado”, relatou Ludymilla em uma mensagem enviada à mãe, Alessandra de Fátima Vieira. Ela também informou que recebeu um e-mail da Betano notificando a suspensão do pagamento devido à suspeita de fraude.
As conversas indicam que Ludymilla temia agressões físicas e chegou a pedir ajuda após um episódio em que Wander teria tentado forçar o portão de sua casa. “Ele é valentão só quando você não está. Eu passando mal, e ele forçando o portão comigo. Minha febre voltou, minha dor também, por causa da força que fiz. Tudo isso por causa de uma aposta. Ele é um covarde!”, escreveu.
Em outra troca de mensagens que a PF revelou, Ludymilla afirma que não entregaria o dinheiro ao marido mesmo se liberassem o valor. “Se cair o dinheiro, fica de pensão dos meninos. E se não cair, por ser login meu, amanhã ligo para o Dênis e para o Bruno”, disse, citando o empresário do atacante.
Assim, a Polícia Federal concluiu que Ludymilla estava ciente da natureza irregular da aposta e que, ao manter o controle da conta e condicionar o acesso ao término da investigação, contribuiu para o funcionamento do esquema. A Betano também confirmou o bloqueio dos valores e destacou que várias contas ligadas a familiares e pessoas próximas ao jogador apresentaram movimentações similares, reforçando a suspeita de praticar spot fixing — tipo de manipulação que envolve ações específicas dentro do jogo, mas sem interferir diretamente no resultado final.
Além de Ludymilla e Wander, outras oito pessoas, incluindo Bruno Henrique, foram indiciadas por estelionato (art. 171 do Código Penal) e fraude esportiva (art. 200 da Lei Geral do Esporte). O inquérito também aponta indícios adicionais contra o jogador, como a existência de uma frota de veículos de alto valor. Caso os envolvidos sejam condenados, poderão pegar até seis anos de prisão.