Em noite de Luciano, São Paulo vira sobre o Náutico e salva estreia na Copa do Brasil no Morumbi | OneFootball

Camisa 10 recuperou bom futebol e marcou duas vezes (Theo Daolio/Mochila Press)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Você conhece, você confia.

Questionado e criticado nos últimos tempos, Luciano resolveu reencontrar o bom futebol. E foi logo em um momento em que o São Paulo mais precisou. Na noite desta terça-feira (29), o camisa 10 foi escalado de mais centralizada no ataque. E foi o nome do jogo, marcando os dois gols da vitória por 2 a 1 sobre o Náutico, no Morumbi, pelo duelo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

Os indícios de que a noite ia ser produtiva para o atacante, fazendo a torcida esquecer o pavoroso rendimento recente como ponta de lança (ou meia, se preferir) começaram cedo, com ele protagonizando as principais chances ofensivas (e perdendo algumas boas chances também, sejamos francos).

A impressão era de uma sistemática de ataque constante do Tricolor ante o adversário pernambucano, na zona de rebaixamento da terceira divisão. Mas logo a realidade tratou de bater à porta são-paulina. Enquanto se lançava ofensivamente a esmo, o time de Luis Zubeldía vacilava na defesa. Erros rotineiros de algumas partidas anteriores deram as caras. A principal delas a irritante recomposição errônea e formação da primeira linha de defesa muito próxima de sua área, atraindo em demasia o adversário.

E, assim, dessa maneira, o nobre Timbu resolver aprontar. Aos 16, com amplo espaço para trabalhar no meio-campo com os são-paulinos postos na intermediária de sua área. Caio Vitor recebeu do lado esquerdo, limpou a marcação, cortou para o meio e bateu com imensa categoria para abrir o placar e trazer certo cheiro de zebra (e decepção) no Morumbi.

O gol poderia ser um fator complicador para um São Paulo meio encaixotado na proposta de jogo dos visitantes, postos em duas linhas defensivas e contando com uma transição rápida na precária marcação do meio-campo para surpreender. Mas o que se viu foi uma resposta rápida. No primeiro ato do show do camisa 10.

Aos 20, Lucas Ferreira conseguiu quebrar a marcação e fez lançamento à área, que Luciano, já protagonista da noite, dominou no estilo, girou e bateu no canto do goleiro para quebrar o jejum de dois meses e meio (ou 12 jogos) sem marcar.

O empate tratou de tranquilizar os ânimos e dar o domínio completo das ações em campo ao São Paulo, que acertou a marcação e conseguiu envolver o frágil adversário, mas seguiu pecando no último passe e nas tentativas de definição das jogadas.

Essa deficiência ofensiva tornava as coisas meio insossas. Mas mesmo assim quase o Náutico surpreendeu em falha da defesa, que espirrou mal um cruzamento e permitiu ao jogador deles finalizar com veneno da entrada da área.

Sinal de que a batalha seria árdua? Nem um pouco. Logo no primeiro lance do segundo tempo, Luciano tratou de mostrar que a noite era sua e liquidou a fatura. Marcos Antônio, então o principal motorzinho do meio-campo, fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para o camisa 10 chutar de vez a má fase, definir a virada e comprovar de uma vez por todas onde ele melhor rende dentro de campo.

A vantagem no placar tranquilizou a torcida. E o time em campo. Que mais sossegado (e desgastado pela maratona de partidas), desacelerou e passou a trabalhar o domínio de bola atrás de brechas para conseguir a penetração e a consequente finalização. Nessa toada, Matheus Alves, apareceu bem na área e finalizou para defesa de Muriel, em lance perigoso.

A jogada foi a deixa para o Náutico abdicar de vez de jogar e privilegiar o preenchimento de espaços para evitar a infiltração são-paulina. E aí o jogo despencou de qualidade. Com várias alterações, o Tricolor até continuou jogando em cima do adversário (natural pelo cenário), mas sem tanta articulação.

E o tempo foi passando com um time tricolor sem tanta intensidade ante um adversário que abdicou de vez de se expor (apesar de alguns lances isolados) e voltar para Recife (PE) com uma desvantagem ainda maior.

Com o placar desta noite, o São Paulo agora pode empatar no duelo de volta, às 21h30 (de Brasília) de 20 de maio (terça-feira), nos Aflitos, que se classificará às oitavas de final. O clube volta a campo antes, às 21h30 (de Brasília) desta sexta-feira (2/5), novamente no Morumbi, para enfrentar o Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro.