Jogada10
·16 January 2025
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A vasta experiência de José Boto como chefe de scouting lhe assentiu uma visão mais sensível e acentuada da importância do setor. É como se, em sua análise, a área representasse a raiz para um trabalho bem sucedido. Muito por isso, o novo diretor de futebol do Flamengo tem preparado uma reformulação completa no departamento para o primeiro semestre do ano – bem como ocorreu em outras áreas.
Boto planeja uma reformulação minuciosa e sabe que isso demanda tempo, por isso vislumbra resultados para próxima janela, no meio do ano. A mudança se faz necessária para o diretor devido principalmente às divergências de ideias para o mercado ou para o propósito de Filipe Luís.
“O scouting é fundamental em todos os clubes. Para mim, uma das áreas mais sensíveis e importantes de um clube de futebol. Não só pela ligação que eu tenho por ter vindo do scouting, mas porque acho um departamento muito importante. Vou reestruturar, mas ainda não tive tempo para fazer isso. Tenho ideias, mas das ideias à prática tem sempre um período de observação, e ainda não tive a possibilidade de fazer”, iniciou.
“Não estou dizendo que está ruim, mas o departamento [de scouting] tem que perceber exatamente aquilo que queremos para o clube. Isso leva tempo e esse fato tem reflexo nesta janela, que não está sendo feita na metodologia que gosto de fazer. Ou seja, em que o scouting dar-nos os nomes e nós analisamos com calma”, explicou.
O primeiro fruto do trabalho em conjunto entre Boto e Filipe Luís tem nome e já assinou contrato: Juninho. A busca pelo atacante ocorreu em comum acordo entre diretoria e comissão, numa ação completamente distinta ao que se via na gestão passada.
Para o torcedor, a contratação de Juninho deixa um claro recado sobre a nova metodologia no clube. Isso porque a gestão de Rodolfo Landim priorizava nomes já consagrados, enquanto a de Bap buscou uma peça no futebol do Azerbeijão.
Juninho chega como primeiro reforço da Era Bap no Flamengo – Foto: Pedro de Andrade / CRF
“O processo utilizado nesta janela, que felizmente não precisamos de tantos jogadores, tem muito a ver com a minha experiência e a do Filipe Luís: identificar alvos que nós conhecemos muito bem. O perfil de contratações vai seguir o que serve para o nosso modelo de jogo. Se vem do Azerbaijão, se vem do Cazaquistão ou de outro país qualquer, isso não importa”, e prosseguiu:
“Queremos que tenha o que buscamos. Quero implementar que o departamento de scouting nos dê mais Juninhos. Um jogador que Filipe e eu conhecíamos, não vem do scouting, mas através do nosso conhecimento geral do mercado. Vimos que ele se encaixava perfeitamente nas características que nós procurávamos para o atacante do Flamengo neste momento. Mas o processo correto vai ser o scouting dar-nos Juninhos para observarmos, debatermos e contratarmos o melhor”, esclareceu.
Como dito por Boto durante a entrevista ao ge, o elenco não demandava tantos ajustes neste primeiro momento, então a prioridade foi mantê-lo. Saíram peças que ou não receberiam minutagens ou não encaixavam no estilo de jogo de Filipe. No entanto, o diretor espera um cenário diferente para próxima janela.
“A grande prioridade que tivemos passou por manter este elenco. Todos sabem que existem algumas dificuldades financeiras. Mas esta também não se alia à nossa maneira de ver o esporte, jogador para ser bom não tem que ser caro. Mantive como prioridade os jogadores que nós achamos cruciais para o treinador. Não vai sair ninguém que nos faça uma falta enorme”, e completou:
“Agora, não precisa ser muito inteligente para perceber que vamos ter que buscar um zagueiro, mas vamos com calma. Teremos ma janela diferente no meio do ano. Quando ela abrir já saberemos o que queremos. (…) Há um trabalho agora da minha parte de identificar possíveis lacunas daqui a seis meses, possíveis saídas daqui a seis meses, e a partir daí nós focamos nestas posições. Há um trabalho do scouting para identificar jogadores nestas funções, que estejam de acordo com o modelo de jogo, com o dinheiro que temos para gastar, que tenha o perfil”.