Na Copa do Brasil o futebol faltou, mas resolvemos na estrela e no carisma | OneFootball

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·2 May 2025

Na Copa do Brasil o futebol faltou, mas resolvemos na estrela e no carisma

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Um duelo contra um Botafogo, mas não o do Rio, o da Paraíba, que não aconteceu na Paraíba, mas sim no Maranhão.

E ainda que geograficamente um pouco insólita, a vitória desta quinta-feira, pela Copa do Brasil, teve aquele roteiro previsível do Flamengo de 2025 com o qual muitos de nós já estamos quase acostumados – ainda que contra a nossa vontade.


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Primeiro porque sem Pedro em campo segue complicado não deixar o placar em branco. O time em geral finalizou mal, mas Bruno Henrique perdeu uma chance clara que só pode ser explicada como “teve medo que parentes tivessem apostado que ele iria marcar e isso prejudicasse o processo” e Michael desperdiçou uma oportunidade tão fácil, com tanta convicção, que por alguns segundos muitos se questionaram se o objetivo do futebol era mesmo colocar a bola entre as traves ou se chutar do ladinho delas valia ponto também.

No meio o Flamengo seguiu vítima da famigerada “Síndrome do Arrascaeta Fantasma” em que mais uma vez a ausência de um meia criativo fez com que o Flamengo não fosse criativo pelo meio. Isso porque Plata, Luiz Araújo, Bruno Henrique e até mesmo Michael, são sim, cada um a seu modo, jogadores de qualidade, técnica e velocidade, mas não apenas nenhum deles é adepto de parar e pensar o jogo como alguns nem mesmo são adeptos de parar e pensar, como atividades cotidianas mesmo.

Então um time cheio de pontas, sem nenhum jogador com inteligência para armar as jogadas e sem um camisa 9 finalizador, acabou fazendo o que ele é capaz de fazer: levar muito a bola pra ponta e até conseguir criar oportunidades por lá, mas desperdiçar essas chances de maneira bisonha. O Flamengo dominava a partida? Sim. Mas a falta de Pedro e Arrascaeta, ou mesmo de qualquer jogador remotamente parecido com Pedro ou que fosse ao menos primo de terceiro grau de Arrascaeta, era gritante? Também.

E aí, quando as substituições já tinham sido gastas e estava em campo Gérson, numa tentativa desesperada de ter no meio alguém capaz de dar um passe vertical, brilhou a estrela de Joshua, joia da base, que já havia trabalhado com Filipe Luís, e estava ali fazendo sua estreia como profissional no Flamengo.

Depois de 85 minutos de domínio máximo e eficiência mínima, quando a torcida já temia que a realidade da partida fosse mais um empate frustrante, o gol aconteceu, numa jogada que, assim como tudo de mais rubro-negro, mistura velho e novo, frustração e esperança, sagrado e humano. Isso porque o primeiro gol de Joshua, uma versão de Yeshua, que seria o nome hebraico de Jesus, saiu no rebote de uma cabeçada do atacante Juninho, aquele vindo do Azerbaijão, cujo apelido atual é “Xereca”, um termo um tanto quanto vulgar e informal para descrever o órgão genital feminino.

Uma vitória mais complicada do que era preciso, mas que reforça não apenas a capacidade da base – zagueiro João Victor também fez uma partida bem segura – como novamente grita, pra quem ainda não entendeu, o quão urgente é a necessidade de um meia e um atacante reservas que tenham a mínima condição de substituir Arrasca e Pedro. Nossos pontas são talentosos, são capazes, mas é preciso lembrar que eles são isso, pontas. E pedir pra que eles sejam outra coisa, visivelmente, não está funcionando.

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