Show anunciado por parceira causa polêmica devido à final da Copa do Brasil: dirigente diz que entende torcida 'pistola' com eventos no Morumbi | OneFootball

Casa tricolor teve mais um mega evento confirmado (Jhony Inácio/SPFC)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

A Live Nation, empresa que virou parceira do São Paulo para a realização de shows no Morumbi, revelou na última quinta-feira (27) a realização de uma apresentação da banda estadunidense Linkin Park na casa tricolor, no dia 8 de novembro.

Tudo muito bem, tudo muito bom, mas... O fato é que a realização do evento pode gerar uma imensa dor de cabeça aos são-paulinos. Isso porque a data escolhida para a realização do show é exatamente um dia antes da finalíssima da Copa do Brasil deste ano.

Ou seja, caso consiga chega à decisão do maior mata-mata do futebol brasileiro e tenha o direito de decidir o torneio em casa, o Tricolor vai ter de jogar longe do Morumbi.

Manifestações de bastidores já ocorrem após torcedores mais astutos perceberem o conflito de datas. Fontes ouvidas pela 'TNT' apontam que "clube e Live Nation já trabalham em conjunto para que o time não deixe de disputar uma possível final em sua casa."

De novo, tudo muito bem, tudo muito ótimo, mas parece muito pouco provável, apesar das promessas, que o jogo ocorra no Morumbi sem que a data seja adiada (isso, claro, se o clube tricolor chegar lá: nem o adversário da terceira fase da Copa do Brasil está definido ainda).

Enfim, problemas para o futuro. Afinal novembro já será um mês problemático. Nos dias 22 e 23 acontecerão shows da banda inglesa Oasis no estádio, o que já forçará a mudança de palco do duelo contra o Bahia, com mando do São Paulo, previsto para o dia 20.

Neste ano, o Tricolor já realizou dois jogos no Campeonato Paulista por conta do show da cantora colombiana Shakira realizada em seu estádio. E, neste sábado (29), estreia ante o Sport, no Campeonato Brasileiro, com o setor norte (antigo amarelo) fechado por conta das apresentações da banda sul-coreana Stray Kids.

Além do valor prévio estipulado no acordo com a empresa organizadora, o São Paulo recebe também alguns extras da Live Nation em seus shows. O clube tem direito à participação em ações de marketing relacionadas ao show, além de porcentagem em bebidas e comidas vendidas no Morumbi.

O São Paulo voltou a receber espetáculos de grandes artistas a partir de 2022, e no final de 2023 assinou contrato com a empresa Live Nation, no valor de R$ 60 milhões, por cinco anos.

A grana vinda dos espetáculos no Morumbi é o principal, fator que leva a diretoria a defender o aluguel, mesmo com o time sendo obrigado a mudar de palco ou que o estádio fique com o gramado prejudicado (como aconteceu neste ano).

Em entrevista ao canal 'Arnaldo e Tironi', o superintendente do São Paulo, Marcio Carlomagno, diz que entende a bronca da torcida com os shows no Morumbi, mas explica as vantagens, segundo ele.

"Temos uma oscilação no calendário do futebol que é um ponto complicado. A Libra, as ligas terão as discussões com a CBF, quem cuida lá do calendário sofre com pedidos a todo momento. O Morumbi é um ser vivo. Uma unidade de negócio, todo dia passam 2 mil pessoas aqui, o acordo com uma grande operadora de shows, tudo se valoriza. Todo dia quase o Toni está na minha sala discutindo o calendário do futebol, o futebol é nossa prioridade. Mas às vezes, respinga no futebol e o torcedor fica bravo e tem que ficar bravo mesmo", disse.

"Mas, este contrato, coloca os grandes artistas no maior palco do mundo, hoje os grandes artistas querem vir tocar no Morumbi. Precisamos equilibrar, preservas as datas mais importantes do final do ano, tentar não respingar no futebol. Temos o A&B e todos os ganhos que os shows promovem que a maioria não enxerga os valores certos e muitos dos números publicados estão errados. É aquele ditado de que enquanto a mentira já deu a volta ao mundo, a verdade ainda nem vestiu a calça", completou, ignorando o fato que o próprio clube nem sempre divulga números corretos do que fatura com os shows no seu estádio.

Sem o Morumbi, o São Paulo tem acordo para jogar em Brasília (DF). No ano passado, chegou a atuar no Brinco de Ouro, em Campinas (SP), mais por determinação da CBF. O clube tinha apalavrado parceria com o Pacaembu, mas a grama sintética implantada no local com a reforma e a pressão dos jogadores fez o local ser descartado.