Zerozero
·19 de abril de 2025
Os sucessos em números de Vasco Seabra, um <i>caça-grandes</i> em potência

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·19 de abril de 2025
Tinha deixado o universo do Leão em autêntico alvoroço, quando, há cerca de dois meses, fez o Sporting tropeçar na intensa luta pelo título a que se tem assistido, voltando a repetir a dose este fim de semana. Na deslocação ao Estádio da Luz para mais um desafio de outro campeonato, Vasco Seabra voltou a talhar o Arouca para nova noite inesquecível carimbada pelo golo tardio de Weverson.
Mas, será esta faceta de travar os grandes do futebol português, algo novo no currículo do técnico natural de Paços de Ferreira? Nem por isso!
Aliás, desde a primeira época em que orientou uma equipa de I Liga pelas portas do emblema da Capital do Móvel, o técnico, de 41 anos, aproveitou para vincar a tendência de ser uma pedra no sapato das equipas mais tituladas do futebol luso.
Com a particularidade de conseguir grandes resultados praticamente em todas as épocas em que dirige equipas na prova da regularidade, tudo começou em 2016/17.
Sem contar com o êxito frente ao SC Braga já na reta final do campeonato, o técnico que conduziu os castores ao 13.º posto da classificação começou por travar o FC Porto nos primeiros dias de 2017, sendo capaz de replicar o feito sem qualquer golo anotado frente ao futuro tetracampeão, Benfica.
Um início prometedor que não teve sequência na primeira metade de 2017/18 em que ainda prosseguiu nos castores. Volvidas duas épocas e meia entre II Liga e Liga Revelação, o regresso ao convívio dos grandes não podia ser mais impactante para Vasco Seabra. Numa época dividida entre Boavista e Moreirense, o treinador pacense acumulou quatro travagens a águias, dragões e leões.
Numa memorável noite de novembro de 2020 ao leme dos axadrezados, o 3-0 imposto ao Benfica permanece, até ao momento, como o resultado mais folgado contra uma destas equipas. No que restava da época e já com o xadrez cónego vestido, a brilhante imposição registada no Estádio do Bessa não se repetiu, mas tal não significou propriamente insucesso.
Sempre com o Estádio Joaquim de Almeida Freitas como fortaleza, os minhotos pararam encarnados, verde e brancos e azui e brancos pela mesma medida: 1-1.
Conclusões tiradas, se os três pontos resultantes da vitória ao serviço dos axadrezados permitiram evitar o lugar de playoff de manutenção, os três angariados nas referidas igualdades deixaram o Moreira a apenas três pontos da zona europeia!
Na versão seguinte do campeonato, o empate arrancado ao Sporting no Estádio dos Barreiros foi o único ponto alto neste assalto pontual muito particular - o Marítimo terminou confortavelmente a meio da tabela -, sendo que apenas na última temporada - 2023/24 - é que Vasco Seabra conseguiu tombar ou atrapalhar uma destas equipas longe do reduto da formação que orientava.
Aconteceu no Estádio do Dragão por culpa do golo solitário de Jordan Holsgrove, num cenário que apenas esta época voltou a ter paralelo com os já referidos empates frente aos pupilos de Rui Borges e Bruno Lage.
No entanto, convém referir que mais duas vitórias - já no António Coimbra da Mota - abrilhantaram o percurso de Vasco Seabra com os canarinhos. Se a passagem à meia-final da Taça da Liga foi carimbada contra os dragões - nas meias, o empate ante o Benfica valeu a passagem à final -, o duelo da segunda volta do campeonato viria a ser novamente de bonança máxima para o emblema de Cascais.
Ainda longe dos feitos heróicos conseguidos por Jaime Pacheco, Vasco Seabra teve o mérito de reunir alguns flashbacks da inolvidável história do mítico técnico de Vitória SC e Boavista, capaz de vencer Benfica (três vezes), FC Porto (três) e Sporting (uma) longe de casa.
Os sete triunfos conseguidos nos três principais anfiteatros do futebol português por Pacheco ainda estão longe, mas a verdade é que os empates em Alvalade e na Luz e o triunfo da última época no Dragão, aliada à curta carreira de Seabra deixam este recorde em suspenso e ao alcance no tempo.
De resto e em termos absolutos - casa e fora -, o registo não deixa de ser interessante. 30 jogos, quatro vitórias, nove empates e 17 derrotas, que se traduzem em 43,33 por cento de aproveitamento, seja no campeonato ou Taça da Liga.