AVANTE MEU TRICOLOR
·25 de abril de 2025
ZUBELDÍA 1 ANO NO SÃO PAULO: Técnico supera críticas e polêmicas e acumula recordes pela Libertadores

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·25 de abril de 2025
Sempre intenso em campo, Zubeldía completou 1 ano à frente do clube (Foto: Alexandre Schneider/Getty Images)
MARCIO MONTEIRO
@avantmtricolor
Um ano já se passou desde que Luis Zubeldía comandou o São Paulo pela primeira vez, na vitória por 2 a 0 pela Libertadores, no Equador, sobre o tradicional Barcelona local, em 25 de abril de 2024.
E a incrível coincidência aponta o mesmo resultado no último jogo do argentino pelo Tricolor: triunfo de 2 a 0, também longe de casa e pela Libertadores, agora sobre o Libertad, do Paraguai.
Vitória esta quecolocou Zubeldía à frente do mestre Telê Santana no torneio. O argentino chegou a 11 jogos seguidos sem perder no comando do Tricolor em disputas da Libertadores: todos as partidas em que esteve à frente do time, na realidade.
O cartel o deixa empatado com o conterrâneo Poy, chefe do elenco Tricolor em 1974, e a frente de nomes como Telê Santana (10 jogos, em 1992) e Ricardo Gomes (9 jogos, em 2010).
Zubeldía levou o São Paulo a quebrar outros recordes em 2025. O time ostenta a maior invencibilidade como visitante da história do clube na Libertadores. Já são seis jogos seguidos sem perder longe do Morumbi, com duas vitórias consecutivas, mais uma marca histórica.
O argentino, no entanto, minimizou suas marcas alcançadas no Tricolor, valorizando a tradição do clube na competição.
"São dados que não gosto, e digo com toda sinceridade, me incomoda. Creio que o mais importante são as três Libertadores e os três Mundiais que têm o São Paulo. É um time em reconstrução, como falamos há um tempo atrás. Vir aqui e ganhar não é fácil. Pela história do São Paulo deveria ser assim, mas não é fácil. E para nós, pela história, indica que temos que ir por esse caminho", justificou Zubeldía após obter os feitos contra o Libertad.
Desde que comandou o time pela primeira vez, o técnico argentino soma 73 jogos, com 33 vitórias, 24 empates e 16 derrotas neste um ano de clube.
Neste início de 2025, os empates excessivos incomodavam a torcida. Em 24 partidas, foram 11 placares igualados, muitos deles com o Tricolor sofrendo gols no fim. Foram ainda nove vitórias e quatro derrotas por enquanto na atual temporada.
Em 2024, não conseguiu títulos. Nas copas, caiu nas quartas de final tanto na Libertadores como na do Brasil. Já no disputado Brasileirão, um 6º lugar que garantiu, não só por mérito próprio, vaga na fase de grupos da Libertadores deste ano.
Porém, as grandes críticas ao seu trabalho vêm pelo desempenho do time em campo. O Tricolor de Zubeldía não apresenta evolução tática, tão menos encanta. As grandes vitórias da equipe vieram mais por individualidades de seus principais astros, do que por apresentações coletivas e jogadas ensaiadas.
Não que o trabalho seja péssimo, mas a falta de protagonismo no ataque e ousadia em campo foram alguns dos grandes problemas que Zuba ainda tenta resolver no clube do Morumbi.
O temperamento e comportamento do técnico, no gramado e fora dele, também trouxe questionamentos ao torcedor. Em campo, as excessivas reclamações e invasões já lhe renderam 29 cartões, sendo 26 amarelos e três vermelhos.
O alto número de punições acaba prejudicando o Tricolor, que por muitas vezes esteve sem seu treinador à beira do gramado.
Nas entrevistas coletivas após as partidas, já teve também suas rusgas com a imprensa. Por mais de uma vez, Zubeldía bateu boca com jornalistas por não concordar com algumas perguntas feitas.
E a pressão sob sua continuidade foi também uma constante neste 1 ano de trabalho. Por vezes, tanto em 2025 como nesta temporada, sequências ruins de jogos colocaram Zubeldía em xeque, ficando em vias de ser demitido.
Entre erros e acertos, Luis Zubeldía não se prende a jogadores ou esquemas. Já rodou bastante o elenco e variou táticas, e até mesmo a tão pedida base tem tido mais espaço neste ano, mesmo que por força da necessidade.
O saldo, no fim, é razoável. No clássico diante do Santos e no triunfo sobre o Libertad, o São Paulo mostrou certa melhora, mas ainda muitos torcedores têm uma pulga atrás da orelha com o argentino, que encanta a outra parte da torcida que o idolatra por seu estilo intenso e sempre com declarações apaixonadas pelo clube.
Coisa rara no futebol brasileiro, Zubeldía com seu um ano no Tricolor já é o 4º treinador com mais tempo de trabalho na Série A, atrás apenas de Rogério Ceni no Bahia, Vojvoda no Fortaleza e Abel Ferreira no Palmeiras.