BOMBA: São Paulo discutiu nome de filho de Dorival Júnior para cargo fixo na comissão técnica | OneFootball

Lucas Silvestre posa com dirigentes do Tricolor no Morumbi, no começo do ano (Instagram)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Os amigos setoristas do rival Corinthians correm nesta quinta-feira (24) para noticiar os motivos pelo não acerto (pelo menos até o momento de publicação desta reportagem) com Dorival Júnior. E um dos boatos que correram foi que o filho do treinador e seu auxiliar, Lucas Silvestre, são-paulino declarado, seria contrário à ida deles para o time da Zona Leste, preferindo esperar um hipotético retorno ao Morumbi.

Bem, com essa informação em mãos, o AVANTE MEU TRICOLOR foi atrás de respostas. Afinal, o cenário no São Paulo mudou. Luis Zubeldía está com o emprego garantido depois de reverter a má fase, respaldado pela diretoria de futebol.

E o que descobrimos é que se Zubeldía está com emprego garantido, as mudanças na comissão técnica não estão completamente descartadas. O diretor de futebol Carlos Belmonte e o presidente Julio Casares estão com a ideia de contratar um ou mais nomes que possam ajudar no ambiente, na relação do elenco e aperfeiçoar os mecanismos de promoção de jovens de Cotia ao profissional.

A reportagem apurou que além de Rafinha, que chegou a conversar com os dirigentes tricolores sobre a possibilidade de trabalhar no cotidiano do CT da Barra Funda, outro nome foi cogitado internamente para ganhar um cargo no futebol profissional são-paulino: o próprio Lucas Silvestre.

Ante as exigências de Dorival para uma hipotética volta ao Morumbi (durante o período de turbulência de Zubeldía no cargo), principalmente a de abrir negociações somente após a demissão do argentino e a obrigatoriedade do clube tricolor em contratar reforços, sondou-se a possibilidade de convidar Silvestre para trabalhar no CT da Barra Funda.

Essa foi a informação que gerou a especulação de que Dorival não aceitou de primeira a ida ao rival por discordância do próprio filho.

Mas, de maneira bem direta, não foi feito nenhum convite oficial a Silvestre para ele trabalhar no São Paulo. O que aconteceu, conforme apuramos, é uma conversa aventando a possibilidade. E, principalmente, se o auxiliar teria interesse em desfazer a parceria de anos com o pai para um trabalho solo, basicamente com funções menos importantes, já que os auxiliares diretos de Zubeldía são Carlos Gruezo e Maxi Cuberas.

Segundo fontes consultadas, Silvestre teria agradecido ter sido lembrado, mas disse que aguardaria mais um pouco a decisão do pai sobre o futuro antes de negociar algo do tipo.

Se esse futuro passa ou não pelo Parque São Jorge, aí já não é mais problema nosso...

O que é problema nosso é que Silvestre é ainda mais ligado à diretoria do São Paulo do que Dorival. O ex-auxiliar tricolor manteve a rotina de ir ao CT da Barra Funda, mesmo já na Seleção Brasileira, e virou figurinha carimbada nos jogos da equipe no Morumbi, dando sinal claro de que deixou as portas abertas mesmo após deixar o clube no início do ano passado para trabalhar na CBF com o pai.

Em outra frente, Silvestre deixou o Tricolor com bom relacionamento entre os jogadores. Na visão interna, é esse tipo de perfil que é procurado (assim como Rafinha). O entendimento é que foi o ex-auxiliar quem indicou os são-paulinos para serem convocados. E era quem tratava com as categorias de base e cuidava dos jovens atletas

O CASO

A informação de uma suposta negociação entre São Paulo e Rafinha veio à tona em uma postagem do apresentador da rádio 'Energia 97' Sombra, logo após o empate do Tricolor com o Cruzeiro no Morumbi, na noite deste domingo (13), pelo Campeonato Brasileiro.

Comentarista de uma emissora de TV desde que rescindiu com o Coritiba há cerca de um mês, o ex-capitão tricolor esteve na última semana visitando os ex-companheiros no CT da Barra Funda.

Não há como cravar, contudo, que tenha havido qualquer tipo de negociação inicial entre Rafinha e São Paulo no referido dia. Fontes ouvidas pela reportagem apontam que se trata apenas de um projeto interno da gestão, não de algo encaminhado. Mas não confirmam ou desmentem se há negociações em curso.

Também não há informações sobre a aceitação ou não de Zubeldía ao nome de seu ex-jogador. Rafinha teria a aprovação total do coordenador técnico Muricy Ramalho e trabalharia junto do auxiliar Milton Cruz como um dos profissionais da comissão permanente do clube.

Rafinha na transição da base para o profissional

Uma das fontes ouvidas pelo AMT apontam que Rafinha, por ter feito parte do elenco e conhecer muitos dos jovens promovidos de Cotia, serviria como um tutor para a ambientação acelerada das joias.

Trabalhar na parte técnica do futebol sempre foi uma alternativa a Rafinha. O ex-jogador, antes de decidir sair do São Paulo no final do ano passado, tinha convites para trabalhar nas categorias de base do alemão Bayern de Munique, onde é ídolo, além de ser auxiliar de Jorge Jesus na Arábia Saudita e até de Felipe Luís no Flamengo.

Um dos pontos levantados para se descartar (pelo menos no momento em que essa reportagem é publicada) o nome de Rafinha como eventual opção ao lugar de Zubeldía é a ausência atualmente da licença obrigatória para ser treinador. Atuar como auxiliar lhe permitiria, por exemplo, fazer os cursos e tirar a autorização necessária na CBF.