Coluna do Fla
·17 avril 2025
Rafa Penido: “Mengão Demolidor: estão deixando o Flamengo sonhar”

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·17 avril 2025
No massacre ao Juventude, o narrador pôs à prova o gogó, saiu rouco do Maracanã e, confesso, durante a noite sonhei que narrava o sétimo e o oitavo gols do Flamengo; Pedro já era artilheiro do campeonato. Acordei de um sonho demolidor, com um 9 boladão derramando gols, e nem sei quanto estaria o jogo agora, caso esticasse mais o sono.
A zebra da Libertadores foi amplamente redimida e vira ingrediente que reforça o espírito do grupo — já ultra mobilizado e vencedor — para a sequência da temporada auspiciosa.
Se o Flamengo jogar 100 vezes contra o Central Córdoba, vencerá 200.
Papo reto. Já o “Papo” (apelido do Juventude), esse saiu torto e cambaleante do Maraca e nem dormiu.
Os emocionados de bom coração e os mal-intencionados — muitos deles microfonados — que me desculpem, mas questiono fortemente a sanidade de quem, nos últimos tempos, andou torcendo o nariz para o trabalho extraordinário de Filipe Luís.
Ontem, coroado com a goleada que faltava acontecer, o comando — que segue com mais títulos do que derrotas — anda assombrando e metendo gol adoidado nos pesadelos de uma galera por aí.
Lembro que o Flamengo de Jorge Jesus — entidade recente do nosso futebol e justo referencial em qualquer mesa de bar — tomou um vareio do Bahia pré-SAF, em Salvador, em 2019. Já tendo levado dois do Emelec no Equador, duas semanas antes. Na Fonte Nova, atuação desastrosa do lateral-esquerdo recém-chegado, Filipe Luís.
Lembro — e me interessa a coincidência — de um maravilhoso 6 x 1 sobre o também alviverde Goiás, no mesmo ano. A solar diferença é que, naquela manhã eterna, esteve lindo e lotado o Maracanã, diferente de ontem, por conta do brutal erro cometido nos preços dos ingressos.
Erraram e esvaziaram a já suficientemente esvaziada final da Taça Guanabara. Erraram e esvaziaram a sonora goleada sobre os gaúchos. No terceiro vacilo com a Nação, cartão amarelo — e coluna por aqui exclusivamente dedicada à exclusão do torcedor raiz do estádio.
Cada cadeira vazia nos dói e diminui. Ontem foram mais de 40 mil lugares azuis, amarelos, brancos, sem vida e, calados, sem voz.
Voltando ao saboroso banquete que há na mesa rubro-negra em 2025 — ano em que o Fla possui o melhor elenco de sua história (opinião deste fuçador de grandes escretes, que pensou bem antes de concluir isso) — a liderança numa quarta rodada costuma dizer pouco, mas, no momento, ulula o óbvio, que, claro, precisa ser registrado: o Flamengo de 2025, além de Guanabara, Carioca e Supercopa, mostra ter gás, pernas e braços para levantar novos troféus.
O Brasileiro, o mais difícil, tem sido tratado com a devida atenção que faltou em momentos decisivos dos últimos anos.
Não poupemos elogios a quem merece. Não nos esqueçamos de que o que faz o Flamengo é sua gente e não, por favor, ninguém mexa com esse povo rubro-negro, que, sonhando, conta gols e segundos até o despertar de sábado, para a nova batalha: vem aí um Clássico dos Milhões perto da Páscoa, com cheiro de gols e grandes histórias.