SAFs e tradição impulsionam clubes na disputa da Série D | OneFootball

Após a primeira rodada ser adiada por mais de uma semana pela CBF, a Série D do Campeonato Brasileiro começa neste sábado, 17, com 64 clubes e a disputa por um sonho para muitos que sequer contam com calendários definidos para a o próximo ano. A disputa conta ainda com quatro times que já disputaram a elite do futebol nacional e tentam a recuperação.

Uma das equipes que estiveram na primeira divisão em anos recentes é o Joinville, que disputa a Série D em 2025 depois de ficar sem divisão no ano passado. O time de Santa Catarina não é SAF e nesta temporada caiu na semifinal do Campeonato Estadual contra a Chapecoense.

Santinha quer ressurgir

Uma das campanhas que geram maior curiosidade nesta Série D é a do Santa Cruz, que está prestes a concretizar a venda da SAF e conta com promessas de grandes investimentos. De maneira surpreendente, o Santinha contratou o atacante Thiago Galhardo (ex-Inter e Fortaleza) para ser a liderança técnica na competição. A última participação na Série A foi em 2016.

No momento, o Santa Cruz conta com com uma proposta vinculante assinada, mas aguardando os trâmites no Conselho de Deliberativo para oficialmente vender sua SAF. No entanto, os investidores já trabalham no clube e levam esperança do ressurgimento da Cobra Coral, que flertou com o desastre total.

"A nossa folha eu diria que é de R$ 600 mil. E na Série D a gente tem expectativa de folha acima de R$ 1,5 milhão para já este ano", afirmou o presidente Bruno Rodrigues em entrevista ao ge.

O Santa Cruz chegou até a semifinal do Campeonato Pernambucano, mas perdeu duas vezes para o grande rival Sport (que acabou campeão) e foi eliminado. Na temporada, são 12 jogos, com 6 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. O técnico Marcelo Cabo foi contratado para a disputa da Série D.

Lusa com investimento alto

Outro clube que esteve na primeira divisão (em 2013) e hoje joga a Série D com o aporte de uma SAF é a Portuguesa. O acordo é para um investimento de R$ 30 milhões, dividido em um aporte inicial de R$ 12 milhões e outro de R$ 18 milhões ainda em 2025.

Para o primeiro ano, a aposta da SAF foi na contratação do jovem técnico Cauan de Almeida, mas o ano não é tão bom até aqui aqui. A Lusa caiu na fase de grupos do Campeonato Paulista e na primeira fase da Copa do Brasil em disputa de pênaltis contra o Botafogo da Paraíba. Ao todo, são 2 vitórias, 8 empates e 3 derrotas na temporada.

Assim como o Santa Cruz, a Portuguesa deve ter uma folha milionária para a disputa da Série D.

Mecão aposta na organização

O América de Natal já atuou na elite do futebol brasileiro em 15 oportunidades, sendo a última após ser rebaixado em 2007. Desde então rodou em divisões inferiores, foi campeão da Série D em 2022, mas retornou este ano para a divisão.

A diferença para o Mecão é a presença de uma SAF que promete investimento de R$ 174 milhões em cinco anos. Ainda assim, o investimento deve ser menor do que os de Santa Cruz e Portuguesa.

"As SAFs trazem uma profissionalização, dando mais estrutura, um centro de treinamento mais completo, staff e possibilitando uma logística boa. Tudo isso pode fazer a diferença, ainda mais numa competição como a Série D", afirmou o executivo de futebol do América-RN, Constantino Júnior.

No final de março, o América de Natal se sagrou campeão potiguar na casa do rival ABC após vencer por 1 a 0 no segundo jogo da final. Mas o ano não anima tanto. Na Copa do Nordeste, está fora dos classificados para o mata-mata restando uma rodada. Já na Copa do Brasil, o Mecão foi eliminado na primeira fase com derrota para o União Carmolandense.

Mais SAFs

Dos 64 participantes da Série D, 15 são SAF. São eles: América-RN, Azuriz-PR, Boavista-RJ, Barcelona-BA, Capital-DF, Ceilândia-DF, Cianorte-PR, Ferroviário-CE, Goiânia-GO, Itabirito-MG Mixto-MT, Monte Azul-SP, Portuguesa, Pouso Alegre-MG e Rio Branco-ES.

Regulamento

De acordo com o regulamento da CBF, os 64 times da Série D do Brasileirão são divididos na primeira fase em oito grupos de oito integrantes cada. Eles disputam 14 partidas (turno e returno) contra clubes do mesmo estado e região por critério de proximidade.

Os quatro melhores (32 clubes) de cada grupo avançam para a segunda fase e todo o resto da competição será disputado em formato mata-mata com ida e volta. Os quatro semifinalistas sobem para a Série C.