Leonino
·24 aprile 2025
Ex Benfica recorda tragédia do 'very light' na final da Taça de Portugal contra o Sporting

In partnership with
Yahoo sportsLeonino
·24 aprile 2025
Sporting e Benfica vão voltar a defrontar-se na final da Taça de Portugal, 29 anos depois da morte de Rui Mendes, adepto leonino, atingido por um ‘very-light’, no Jamor. Mauro Airez, antigo avançado dos encarnados - que marcou o primeiro golo dessa final, disputada na temporada 1995/96 -, recorda o momento trágico e afirma que os jogadores das águias não se aperceberam logo do que passava.
"Ouvia-se como se fosse um foguete a passar, uma coisa muito leve"
"Estávamos muito concentrados e não nos apercebemos de nada nessa altura. Sentimos é que passou uma coisa similar de bancada a bancada no aquecimento, mas que bateu nas árvores. Ouvia-se como se fosse um foguete a passar, uma coisa muito leve", começou por dizer Mauro Airez, em declarações à Agência Lusa.
O antigo jogador lembrou o momento em que se apercebeu que algo de muito grave tinha ocorrido: “Acho que fui o primeiro da nossa equipa a aperceber-se de que tinha acontecido algo grave. Quando saio [do relvado] e começo a correr no túnel, pois era um dia de muito calor e eu estava cheio de sede, encontrei uma ambulância que ia a sair do estádio e quase me atropelou. Ao regressar para a segunda parte, viu-se que havia um clarão enorme na bancada e manchas de sangue".
O ‘very-light’ foi arremessado por um adepto do Benfica, para o setor onde se encontravam muitos adeptos do Sporting, pouco depois do golo de Mauro Airez, que inaugurou o marcador na final, aos nove minutos de jogo. O ex-internacional brasileiro confessa que sentiu “culpa”: “Não andei muito bem durante algum tempo, porque pensava que se não tivesse feito o festejo... Celebrei uns metros para o lado esquerdo da baliza do Sporting, perto da zona onde o adepto morreu. Era como se fosse um sentimento de culpa inevitável”.
A terminar, Mauro Airez salienta que, nos dias de hoje, há mais segurança nos estádios: “Com estes acontecimentos, a segurança tinha de crescer. Há partidas de alto risco, mas não acontecem só em Portugal e eu sou de um país em que o alto risco significa mesmo isso. (A organização logística) está bem melhor. A rivalidade existe há muitos anos e vai perdurar. Às vezes, pode haver cânticos que ferem e não deviam ser entoados, mas não há ambientes perfeitos no futebol”, finalizou. Também Carlos Xavier lembrou o dia fatídico (Recorde AQUI).