Flamengo expõe bastidores da Libra: proposta superior à da Globo foi ignorada | OneFootball

Reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo, nesta terça-feira (29), apresentou detalhes prejudiciais ao clube no contrato de direitos de TV entre Libra e Globo. Entre as muitas críticas pela forma que a gestão Landim conduziu o negócio, foi revelado que o bloco de clubes desconsiderou uma oferta maior de um grupo de investidores para assinar com a emissora.

O acordo da Libra com a Globo prevê o pagamento de R$ 1,17 bilhão por ano, abrangendo TV aberta, fechada e streaming. Valor distribuído entre os clubes. Após abrir mão de direitos, como o ganho de um valor mínimo garantido, a projeção do Flamengo é receber em torno de R$ 195 milhões anuais.

Esse montante representa uma redução de quase R$ 100 milhões para a média de R$ 292 Mi anuais que o Flamengo arrecadou com o antigo contrato com a TV Globo (2019-2024). Base para o cálculo de até R$ 500 milhões que o clube deixará de ganhar em cinco anos de contrato da Libra.

Entretanto, a reunião desta terça revelou que a Libra recebeu uma proposta de até R$ 1,6 bilhão anual do grupo investidor da Liga Forte União (LFU). Uma oferta que, segundo a apresentação, reconhecia o Mengão como o principal blockbuster do país: R$ 275 milhões por ano a partir de 2025.

De acordo com o que foi apresentado, essa e uma proposta do Grupo Mubadala não foram devidamente avaliadas: "Por pressão de Flamengo, Palmeiras e Botafogo, foi decidido fechar com a Globo sem maior análise das demais propostas."

Comparação entre as propostas da Globo e do grupo investidor da LFU

A oferta dos investidores era de um valor variável. Isso significa que, além do mínimo garantido de R$ 1,3 bilhão, qualquer valor adicional até atingir o total de R$ 1,6 bilhão (R$ 300 milhões) ficaria integralmente com os clubes.

Além disso, caso a receita total gerada ultrapasse esse número, o valor excedente seria dividido. Seguindo o exemplo do citado na apresentação do CoDe: R$ 3,1 bilhão, os primeiros R$ 1,6 bilhão seriam distribuídos na Libra seguindo os critérios.

Já os R$ 1,5 bilhão excedentes seria então divididos em: 70% para a Libra (R$ 1,05 bilhão) e 30% com o grupo investidor (R$ 450 milhões). Reconhecido como força do mercado, o Flamengo possivelmente seria o maior beneficiado.

Recusa da proposta maior fez o Corinthians abandonar a Libra

A postura de Flamengo, Palmeiras e Botafogo de não apreciar a melhor oferta foi decisiva para o Corinthians decidir abandonar o bloco. A equipe paulista fechou com a Liga Forte União e conseguiu um montante anual de R$ 230 milhões.

Decisão que foi muito prejudicial para os times da Libra, já que o contrato com a Globo previa a redução do valor em caso da saída de clubes, principalmente Flamengo e Corinthians. O acordo reduziu de R$ 1,3 bilhão para os R$ 1,17 atuais.

"Nesta reunião, o Corinthians discordou da decisão de se limitar a aceitar o contrato com a Globo. Resultado: A LFU reconheceu o tamanho do Corinthians em termos de audiência e o clube negociou um acordo que lhe garante um mínimo anual de R$ 230 milhões, valor que nenhum outro clube jamais receberá no contrato da Globo assinado com a Libra", revelou apresentação do CoDe.

Relação da nova diretoria com a Libra

Segundo o Flamengo, a gestão Bap trabalha para anular o tão criticado critério de audiência para definir o rateio de receitas entre os clubes. A troca dessa métrica por assinaturas do pay-per-view (PPV). Essa medida aumentaria a receita anual para cerca de R$ 253 milhões. A reunião para votar essa proposta será no dia 15 de maio.

Em um dos cenários apresentados pela Libra, a ideia é manter a audiência como um dos critérios para definir a distribuição de receitas e aumentar o valor do Fla para até R$ 227 Mi (R$ 215 Mi + 12 Mi de antecipação). Mas o Flamengo segue em busca da melhor oferta possível. Publicamente, Bap já considerou a possibilidade de deixar a Libra.

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