Marcante para Flamengo e Internacional, Leandro Machado fala das diferenças entre equipes, lembra gol, lesão e parceria com Romário | OneFootball

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·29 marzo 2025

Marcante para Flamengo e Internacional, Leandro Machado fala das diferenças entre equipes, lembra gol, lesão e parceria com Romário

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O Brasileirão 2025 começa neste sábado (29) para Flamengo e Internacional, que se enfrentam às 21h, no Maracanã. O palco e os times são extremamente conhecidos por um nome que ficou marcado para rubro-negros e colorados na virada do século: Leandro Machado.

Para a Nação, porém, ele ficou mais conhecido por um apelido inusitado: "Piu-Piu". Lembrou aí? Sim, o ex-jogador revelado no Internacional e que viveu grandes momentos no Flamengo bateu um papo com o MundoBola Flamengo.


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A começar com o apelido, que surgiu no pré-olímpico e ficou famoso após sair da boca de Beto, histórico atacante rubro-negro. Leandro conta que o "culpado" era o corte de cabelo.

"Eu tinha um corte de cabelo raspado embaixo e que ficava com um volume, como dizia o Beto, um volume grande lá em cima. E o Beto, Roberto Carlos, na época, o Juninho Paulista também, o Caio (Ribeiro), enfim, me apelidaram carinhosamente de Piu-Piu", lembra.

Até então a alcunha era conhecida internamente. Contudo, quando apresentado no Mais Querido, Beto o "dedurou" na frente de repórteres e o termo pegou.

"Quando cheguei no Flamengo, na minha primeira coletiva de imprensa lá no Fla-Barra, eu estava no meio dos repórteres e o Beto saiu do vestiário e viu o tumulto lá. Aí me viu no meio e falou 'olha lá o Piu-Piu, olha lá o Piu-Piu.' Aí o pessoal da imprensa ouviu e assim começou o apelido", conta sem se importar.

O termo está até na bio do Instagram dele que hoje é Secretário de Esportes de Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina, sua cidade natal.

Chegada ao Flamengo graças a Romário

Mas a história de Leandro Machado no Flamengo talvez fosse diferente se não fosse por Romário.

Ele atuava na Europa, onde havia brilhado no Sporting Lisboa após passagem pelo Valencia. Contudo, uma mudança no comando do time português e o desejo do novo treinador de construir um novo time o colocou no Tenerife, da Espanha.

“Logo no começo tive problema com ele (novo treinador) e me emprestaram ao Tenerife, um clube onde eu não quis ficar. Aí houve interesse do Flamengo e eu aceitei prontamente as negociações porque sou flamenguista desde pequeno”, revela o ex-jogador.

Mas onde entra o Baixinho? Primeiro o Flamengo buscava um atacante capaz de fazer com que os adversários dividissem a atenção. Assim seu nome se tornou pauta.

E segundo porque o próprio Romário insistiu na sua contratação, como relembra Leandro Piu-Piu:

“Vim emprestado e logo depois fui comprado também por uma força gigantesca do Romário, que fez um pedido na frente do grupo todo para a minha contratação e a contratação do Leandro Ávila.”

Assim, surgiu uma grande parceria. Jogando ao lado no lendário ex-atacante, Leandro conta que precisou se adaptar para que tudo fluísse bem.

“Me contrataram como centroavante para dividir as atenções, mas também para que fizesse uma parte tática de recompor na marcação. Foi um momento novo na minha carreira, porque eu sempre fui um 9 de movimentação”, comenta.

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A adaptação o levou, segundo o próprio, a evoluir muito taticamente. Com esse acúmulo de características, ele evita comparações com os atuais nomes do Flamengo: nem tão veloz como Bruno Henrique e Juninho, nem tão de área e com “técnica extraordinária” quanto Pedro.

Leandro Machado defendeu o Flamengo entre 1999 e 2002. Ao todo fez 102 jogos e atuou com diversos craques da história do clube.

Além de Romário, ele jogou com nomes como Julio Cesar, Juan, Athirson, Petkovic e Adriano Imperador.

Petkovic tinha muita qualidade técnica, muita visão e um mental muito forte. Era um cracaço! Convivi com ele, estive em sua casa, é um baita cara. E o Adriano tinha aquela força e vitalidade. Era um cracaço também. Tem um coração que é impressionante”, afirma.

Durante sua passagem ele conquistou nove títulos: Carioca (1999, 2000 e 2001), Taça Guanabara (1999), Taça Rio (2000 e 2001), Copa Mercosul (1999), Copa dos Campeões (2001) e Troféu São Sebastião (2000).

Todas essas conquistas mesmo em um Flamengo passando por problemas sérios financeiros e estruturais.

“Tivemos muitos problemas internos, a nível até de elenco. A gente teve discussões no elenco e problemas de organização. Mas ainda assim conseguimos nove títulos. Fico feliz por estar na história do Mengão”, diz Leandro.

Grave lesão atrapalhou trajetória de Leandro Machado no Flamengo

Durante os três anos de Flamengo, Leandro Machado conviveu com altos e baixos. No ápice, chegou a ter seu nome ventilado na Seleção Brasileira, por quem fez dois jogos e participou da Gold Cup de 1996.

Porém, uma grave lesão no cruzado anterior aliada ao menisco o atrapalhou bastante e impactou no restante da sua carreira.

“A minha lesão não só atrapalhou no Flamengo, como a sequência da minha carreira. Eu vinha muito bem no clube, vinha com sondagem de voltar à Seleção Brasileira e tive uma lesão seríssima que normalmente vem aliada a outras lesões que me atrapalharam”, lembra Leandro.

Ele conta que perdeu muita mobilidade e velocidade após a cirurgia. Assim, precisou virar cada vez mais um jogador de área. Por isso ele revela que divide a carreira em antes e depois da lesão, mas também pondera sobre sua atitude no período.

“Faço a mea-culpa também que eu não me apliquei muito na recuperação adequada, então, na sequência, não só no Flamengo, mas como em outros clubes, eu não tive uma sequência esperada.”

Leandro Machado encerrou sua trajetória no Flamengo somando 39 gols.

Gol memorável contra o Internacional

Um desses gols foi justamente num duelo entre Flamengo e Internacional. Em 1999, pela primeira fase do Brasileirão, o Rubro-Negro, então time de Leandro Machado, foi até o Beira-Rio encarar o Colorado, clube que projetou o “Piu-Piu” para o futebol.

Essa, inclusive, foi a primeira vez de Leandro enfrentando o ex-time. E como a lei que mais funciona no Brasil é a lei do ex, ele não perdoou e fez o segundo (um golaço) na vitória por 2 a 1.

Gol que foi marcante para Leandro Machado.

“Foi um momento de felicidade interior muito grande, porque eu estava ali defendendo o clube que sempre sonhei desde criança, que é o Flamengo, contra um clube que me revelou a nível futebolístico e tenho um carinho muito grande. Tanto que na época eu não comemorei o gol em respeito ao Internacional, uma instituição que eu tenho muito carinho.”

O gol, contudo, não abalou o forte vínculo que tem com o clube gaúcho. Nem da sua parte, nem dos colorados.

Tanto que, como lembra o ex-atleta, em uma enquete realizada, a torcida do Internacional pediu sua contratação. Assim, ele voltou ao time que o revelou por empréstimo em 2001, jogando apenas poucos jogos por sentir o joelho novamente.

Dessa forma, Leandro voltou ao Mais Querido visando a final da Mercosul 2001 - que foi adiada para o início de 2002 -, na qual ele marcou o gol rubro-negro. Nas penalidades, o Flamengo foi superado pelo San Lorenzo.

Diferenças entre Flamengo e Internacional

Ambas as equipes foram as que Leandro Machado mais defendeu. Pelo Flamengo fez 102 jogos, enquanto pelo Internacional jogou 104 vezes. O suficiente para ele saber distinguir bem as nuances de cada equipe.

Para ele, as pressões por resultado e boas exibições de equiparam nas duas equipes. Ainda assim, lembra um problema a mais que viveu nos tempos de Internacional que já não houve no Flamengo.

“A pressão é parecida, não tenho dúvidas. Quando joguei no Flamengo, nós já jogávamos no Maracanã, então a saída do vestiário era mais tranquila que a do Internacional. Eu joguei no Internacional nos anos 90 e a gente saía pelo Portão 8, e ele era muito conhecido porque a torcida vinha protestar, então saíamos num corredor de um lado e do outro eram torcedores”, lembra.

Apesar disso, diz que ter sido revelado pelo clube e estar na seleção o aliviava das cobranças.

Flamengo x Internacional: palpite e quem pode decidir o duelo

Olhando para o jogo deste sábado, Leandro Machado espera uma partida bem jogada e com muito equilíbrio dos campeões carioca e gaúcho.

No Rubro-Negro ele destaca o elenco repleto de soluções, não citando um nome individualmente que pode decidir. Do lado colorado, ele acredita que Alan Patrick, Valencia e Wesley podem fazer a diferença.

Ele, no entanto, vê o Flamengo levemente favorito, com o fator casa podendo ser preponderante. Porém, faz um alerta: “se for empate não vai ser uma coisa de outro mundo não, tá?”.

Mas se ficou um pouco na dúvida sobre quem vai ganhar o jogo, não titubeou sobre para quem vai torcer.

Flamengo, sem dúvida. Sou Flamengo e tenho um carinho muito especial, amor de infância, amor do meu falecido pai, que a gente via os jogos juntos. Ele se emocionou muito quando me viu jogar pela primeira vez no Maracanã. Meu filho também é um doente, no bom sentido, pelo Flamengo. Ele veio no Maracanã e diz até hoje que foi o melhor dia da vida dele ter visto um Fla-Flu”, crava o ex-jogador.

Um palpite para finalizar?

“Pelo coração, 2 a 0 para o Flamengo. Pela razão, 1 a 1.”

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