AVANTE MEU TRICOLOR
·1 aprile 2025
Prejuízo do São Paulo em 2024 seria suficiente para comprar por dia 33 mil Big Macs e mais de 200 Playstations 5

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·1 aprile 2025
Casares ao lado do goleiro Rafael, no CT da Barra Funda (Rubens Chiri/SPFC)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Você gosta de um sanduichinho? Então que tal um Big Mac, talvez o mais famoso hambúrguer do mundo? Mas um só mata a sua fome? Não? Então peça logo 33 mil de uma vez.
Agora, de barriga cheia, que tal fazer a digestão jogando um vídeo-game? O que? Você não tem um? Tudo bem, que tal um Playstation 5, o mais moderno aparelho disponível no mercado? Mas espera aí, um só não? Que tal comprar mais de 200?
Parou para imaginar quanto custaria as duas brincadeiras citadas acima? Não precisa. Pois o valor é exatamente o que o São Paulo registrou de déficit em todo o ano passado, segundo dados do balanço financeiro que ainda não foi divulgado oficialmente, mas que os conselheiros já tiveram acesso e a votação do documento está marcada para acontecer no próximo dia 8 (terça-feira).
Conforme já revelado pelo AVANTE MEU TRICOLOR, as contas do clube do Morumbi para o próximo ano registram uma dívida de R$ 968,3 milhões para uma receita de R$ 731,9 milhões.
Ou seja, para você que não é bom de conta, o déficit tricolor ficou em cerca de R$ 289 milhões, o maior já registrado pelo clube em toda a sua história.
Na matemática pura e simples, todo santo dia de 2024 o São Paulo fechou o seu caixa com um prejuízo de R$ 792 mil. Sim, exatamente o valor necessário para cometer as peripécias citadas nos primeiros parágrafos desta reportagem. Mais precisamente 33.138 Big Macs e 226 Playstations 5.
Se você for uma pessoa mais responsável (ou que não goste de comer 33 mil sanduíches de uma só vez), o valor do preju são-paulino seria capaz de comprar um apartamento à beira-mar na praia, além de um carro de luxo, como Lamborghini ou Ferrari. Lembrem-se, um deles a cada dia!
"Primeiro precisamos falar com cuidado e falar sobre o histórico. Historicamente, o São Paulo é uma empresa que está dando déficit. Esta é uma cultura nossa", disse o superintendente do clube, Marcio Carlomagno, ao canal 'Arnaldo e Tironi'.
"Estamos fazendo uma mudança de cultura interna de corporate, governança, transformar em uma empresa com metas, ter superávit. O desafio deste ano é de força maior para este ano. Ativos de força maior para este ano em vendas sofreram lesões, vendas de atletas. Em segundo, decisões judiciais acarretaram dívidas altas", completou.
"Mas sabemos onde hoje trabalhar para corrigir isso. Não começou agora, estamos trabalhando desde lá de trás cientes e conscientes de como resolver. Duplicamos receita, alongamos as receitas para dar estabilidade e equilíbrio e resolver o desafio de ter um superávit constante sempre", apontou Carlomagno.
As soluções encontradas pela diretoria são-paulina soam desesperadoras. Por um lado, a gestão Julio Casares assinou um fundo de investimentos para arrecadação de fundos e controle das dívidas bancárias de curto prazo, que implantaram um teto de gastos e controle maior das finanças. O impacto é visível no desmonte do elenco, com mais de 19 saídas só no profissional e apenas quatro contratações.
Do outro lado, os cartolas tentam fechar parceria com o magnata grego Evangelius Marinakis, que injetaria mais de R$ 600 milhões em troca dos direitos de revelações da base. Parte dessa grana iria para investimentos no profissional.
"Todos os gestores amadureceram com as obrigações e metas a partir do Fundo. Todos começaram a repensar suas áreas de realizar mais com um pouco menos. Este é o princípio. Daí, temos alguns erros de comunicação. O Fundo não é a salvação, mas um dos pilares para que possamos ter soluções, mas o que vai mudar o São Paulo é a mudança de gestão, de cultura, se voltarem para a economia. Tudo que é feito é realizado para desaguar mais dinheiro no futebol, mas no momento certo", disse Carlomagno.
"Nós estávamos em um processo em que nossa dívida de curto prazo representava dois terços da nossa dívida bancária.
Esta dívida de curto prazo eram de 12 meses com cobranças e juros e taxas em um formato. Nada contra quem operava antes e opera hoje alguns cenários, mas o risco nos levava a este cenário com um terço a médio prazo, 18 meses. Quando falamos sobre Reestruturação Financeira em um primeiro momento, depois o FIDC em um segundo momento. Antes, era uma sindicalização da dívida e já me perguntaram no Conselho a respeito disso e não conseguimos", completou.