MundoBola Flamengo
·25 de abril de 2025
10 anos depois, Flamengo colhe frutos da estabilidade que Corinthians nunca teve

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Flamengo e Corinthians se enfrentam neste domingo (27), às 16h, no Maracanã, pela sexta rodada do Brasileirão. Um jogo que coloca frente a frente dois times em momentos completamente distintos dentro e fora das quatro linhas. De um lado, um Rubro-Negro que transformou a estabilidade financeira em títulos nos últimos anos, enquanto o time paulista sofre as consequências da irresponsabilidade financeira.
Consolidado financeiramente, o Mengão levantou 16 troféus nos últimos 10 anos e segue entre os favoritos para todos os torneios da temporada ano após ano. O rival, por outro lado, não vence um torneio nacional há oito anos e ainda assim acumula uma sequência de gestões irresponsáveis fora de campo que aumentam o rombo nas finanças.
Por mais que possua um elenco apontado como capaz de brigar ao menos por uma vaga na Libertadores, o Corinthians construiu esse time assumindo compromissos que não pode pagar. Os titulares Raniele e Matheuzinho são exemplos, já que Cuiabá e Flamengo, ainda não receberam todo o valor acordado para negociar os atletas.
É justamente na parte financeira que reside a maior diferença entre Flamengo e Corinthians nos últimos anos. Uma distância que está aumentado e é responsável direta pela discrepância dos resultados esportivos dos últimos anos. Enquanto o Rubro-Negro acumula títulos, o time paulista parece somar problemas; veja comparativo financeiro, de títulos e mais entre os times:
Em 2015, o Corinthians se sagrou campeão brasileiro pela sexta vez e o Flamengo terminava o campeonato na 12ª posição. A equipe paulista vivia uma das melhores épocas de sua história, já que tinha sido campeã continental e mundial três anos antes, e a distância esportiva para o Fla era muito grande. Mas a virada de chave para esse cenário já acontecia fora de campo.
Naquele mesmo ano, o Rubro-Negro completou o terceiro passo da reestruturação financeira com duas conquistas: grande redução do endividamento e adesão ao Profut, programa que auxiliou na renegociação das dívidas. O passivo, que era cerca de R$ 760 milhões em 2013, fechou 2015 em R$ 574 milhões.
O Corinthians foi campeão, mas os resultados financeiros já davam pistas de como o modelo de gestão poderia prejudicar o clube. Depois de fechar 2014 com déficit de R$ 97, o time paulista repetiu a dose no ano seguinte e apresentou contas no vermelho por R$ 97,08 milhões negativos.
Resultado que não seria alarmante para um clube financeiramente estável, o que não era o caso. A diretoria decidiu assumir o financeiro da Arena com o BNDES. O valor era de quase R$ 1 bilhão na época e, somando todos os passivos, o débito corintiano atingiu R$ 1,3 bilhão em 2015.
Enquanto o Flamengo seguiu o plano de reestruturação e elevou o nível de investimento a partir de 2019, o Corinthians decidiu insistir no mesmo modelo. Os anos seguintes foram de elencos caros, contratações questionadas e queda no desempenho esportivo.
Isso além de problemas com a Arena: expectativas de bilheteria e naming rights não se cumpriram. O troféu do Brasileirão de 2017 possivelmente fez dirigentes acreditarem que a forma de gerir o clube estava correta. Mas aquele seria o último título de expressão do Corinthians.
São anos de desempenhos ruins no Brasileiro e na Libertadores, onde a melhor campanha dos últimos anos (2022) parou justamente no Mengão. Isso resulta em queda de arrecadação e aumento do déficit. A dívida atual é superior a R$ 2,5 bilhões.
Sendo que o endividamento do clube já ultrapassou por muito o valor da Arena: R$ 1,8 bilhão de dívidas e R$ 668 milhões pela Arena. A dívida do Flamengo também subiu em 2024 e está em R$ 327 milhões.
Um exemplo perfeito para o grande problema financeiro que atravessa o Corinthians aconteceu nesta sexta-feira (25). O Conselho Fiscal sugere a reprovação das contas do presidente Augusto de Melo. O quarto mandatário desde 2015: Roberto de Andrade (2015-2018); Andrés Sanchez (2018-2020); e Duílio Monteiro Alves (2021-2024).
O Mengão foi gerido por Eduardo Bandeira de Mello, Rodolfo Landim e agora Luiz Eduardo Baptista nesse mesmo recorte.
Toda essa diferença financeira tem resultado dentro das quatro linhas. O Flamengo está sempre entre os melhores times da temporada desde 2019, mesmo nos anos em que não conquistou, e conseguir traduzir a estabilidade financeira em estabilidade esportiva é a chave para os 16 títulos em 10 anos.
O Corinthians, no entanto, tem dois Campeonatos Brasileiros e quarto Campeonatos Paulistas nesse mesmo recorte.
Flamengo
Corinthians
O duelo de domingo pode recolocar o Flamengo na liderança do Campeonato Brasileiro. Na segunda colocação, com 11 pontos, o Mengão precisa vencer o Corinthians e torcer para o Palmeiras (13 pontos) não superar o Bahia na rodada. Em caso de empate nos pontos, o Fla ficará na liderança pela vantagem no saldo de gols.
Já o Corinthians tenta se aproximar dos líderes da tabela de classificação. O time paulista está no sétimo lugar, com sete pontos, e pode terminar a sexta rodada na terceira colocação.
Para sair vitorioso, o Flamengo conta também com a série negativa do rival paulista como visitante. São três jogos consecutivos sem vencer: uma derrota e dois empates. O último triunfo foi no dia 16 de março, sobre o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista.