Análise: Palmeiras arranca vitória suada, mas repete erros e mantém alerta ligado para a temporada | OneFootball

Por Victória Romanelli

Abel Ferreira definiu bem o que sentiu os torcedores do Palmeiras na noite desta quinta-feira: mil emoções. A fala do treinador se deu após a vitória alviverde, por 3 a 2, conquistada nos acréscimos, contra o Sporting Cristal, no Estádio Nacional do Peru, em Lima, pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores.

“O futebol é isto. Se ganhei, se perdi, mil emoções eu vivi e é por isso que eu gosto de ser treinador de futebol”, disse Abel Ferreira em sua primeira fase da entrevista pós-jogo.

O Palmeiras entrou em campo pressionado e precisava dar uma resposta à torcida já que vinha de uma sequência de três jogos sem vencer, além do vice no Campeonato Paulista. Para o duelo, o treinador fez modificações na equipe, tanto em peças quanto no esquema.

A equipe teve a seguinte escalação: Weverton; Gustavo Gómez, Bruno Fuchs e Micael; Lucas Evangelista , Emiliano Martínez, Felipe Anderson e Piquerez; Facundo Torres, Estêvão e Vitor Roque. Abel explicou que suas mudanças se deram para tentar buscar um equilíbrio e não deixar o adversário explorar os contra-ataques, como aconteceu no empate sem gols com o Botafogo.

“No último jogo em casa sofremos transições do adversário, que foi uma coisa por demais. Essa é a minha função: ver os jogos, analisar os jogos, corrigir os jogos, mostrar aos jogadores e a estrutura de equilíbrio nossa no último jogo em casa, nosso lateral direito sempre no ataque, não conseguimos nunca parar a transição, por exemplo, do nosso adversário. Fomos apanhados muitas vezes em desequilíbrio e a minha ideia de meter o Fuchs nesta construção a três era por dois motivos” explicou.

“O primeiro, porque ele nos dá essa construção, que também nos tem faltado um pouquinho, porque quando estás a fazer ataque organizado, a primeira fase de construção precisas muito que os teus jogadores provoquem o adversário que não sai de trás para meter as bolas ou por dentro ou por fora e tem nos faltado isso, circular bem a bola direita e esquerda com boa largura e amplitude no jogo para abrir o adversário e nós estamos muito precipitados”, seguiu.

“Nossa ideia foi essa, fazer uma estrutura dos três atrás, mais o Emiliano na frente, que não jogou no último jogo. Jogamos com dois oitos. Portanto, o que eu fiz foi equilibrar um bocadinho a equipe para aquilo que eram as transições do nosso adversário, que vivia muito disso, transições, jogo direto de segundas bolas e fazem muito bem”, continuou.

No primeiro tempo, o time parecia sofrer ainda com falta de entrosamento e chegou a tomar sustos. O goleiro Weverton salvou duas oportunidades. Contudo, o Palmeiras conseguiu marcar, com Estêvão, em rebote de chute de Facundo Torres aos 37 e foi para o intervalo com vantagem.

A equipe voltou melhor para o segundo tempo, teve chances de ampliar, mas desperdiçou. O Sporting Cristal, por sua vez, aproveitou o espaço na entrada da área e deixou tudo igual com uma pancada de fora da área, com Pretell. O jogo ficou mais nervoso, mas o Verdão voltou à frente do placar depois de Flaco sofrer uma penalidade. Piquerez, na cobrança, estufou a rede.

Mas, o Verdão nem teve tempo de comemorar e voltou a repetir um mesmo erro. Sem cobertura, Távara teve espaço de sobra para soltar um chutaço, improvável, de longe, sem chance para Weverton. Mas, sem deixar os ânimos caírem, o Palmeiras contou com brilho de Luighi e Richard Ríos, que entraram ao longo do segundo tempo. A Cria da Academia colocou a bola na cabeça do colombiano, que mandou para o fundo do gol, garantindo os suados três pontos.

Fato é que: o mais importante, que é o resultado final, o Palmeiras garantiu. Contudo o clube precisa deixar o alerta ligado e não repetir os erros, que podem custar caro nos diferentes cenários. Nesse processo, ainda o Verdão vê seu Departamento Médico encher e o calendário apertar cada vez mais. A vitória, porém, dá cabeça fria a Abel Ferreira que terá muito a resolver em seu novo elenco reformulado.