AVANTE MEU TRICOLOR
·29. März 2025
DUREZA: Calleri isola pênalti e São Paulo, lento e sem criatividade, fica no empate sem gols com o Sport na abertura do Brasileirão

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·29. März 2025
Calleri e Luciano lamentam: (mais uma) noite para se esquecer (Mauro Horita/Getty Images)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
O São Paulo deixou a desejar em sua estreia no Campeonato Brasileiro.
Na noite deste sábado (29), diante de sua torcida no Morumbi, o Tricolor acabou encaixotado pelo Sport e ficou no empate em 0 a 0, aumentando a insatisfação da torcida com o trabalho do técnico Luis Zubeldía.
E olha que o cenário poderia ter sido outro. Logo no primeiro lance da partida, Luciano foi derrubado na área e conseguiu um pênalti, que Calleri acabou isolando na cobrança.
Se o time sentiu ou não o lance, não dá para saber, mas a escolha do esquema com três zagueiros e três volantes (afinal ele tinha os desfalques de Lucas e Oscar) pareceu ter sido errônea.
Durante todo o primeiro tempo o São Paulo foi um time apático, lento, sem capacidade de mobilização ofensiva com categoria e encaixotado no esquema do limitado visitante, que volta à elite nacional após três anos de Série B.
Na etapa final, abrindo mão do trio de zaga, o jogo melhorou. O Tricolor aumentou seu volume de jogo, conseguiu impor maior velocidade e criou chances mais concretas de gols, que acabaram não sendo convertidas.
O São Paulo volta a campo pelo Brasileirão às 16h (de Brasília) do próximo domingo (6/4), contra o Atlético-MG, fora de casa. Antes, contudo, estreia na principal competição do ano, a Copa Libertadores, às 21h30 (de Brasília) de quarta-feira (2/4), contra o Talleres, na Argentina.
A partida começou dando a impressão de que o dia tricolor ia ser feliz. Na primeira jogada da partida, Marcos Antônio brilhou pelo lado direito, passou pela marcação e encontrou Luciano na área. O camisa 10 acabou derrubado pelo volante Du Queiroz. Pênalti marcado. E que Calleri, na cobrança, isolou a bola por cima da meta.
Mesmo com o pênalti perdido de maneira bisonha, poderia ser um indicativo de um São Paulo com tudo aquilo que a torcida sente falta: um time com volume de jogo e capacidade de conseguir quebrar as linhas adversárias, com ataques mais incisivos e diretos.
Não foi o que aconteceu. Com os três zagueiros e os três volantes (mesmo com Marcos Antônio e Luiz Gustavo atuando mais pelos lados, auxiliando os laterais-alas), o time voltou a apresentar o pragmatismo habitual.
O Tricolor iniciava suas jogadas com a linha de três zagueiros e Alisson, esse atuando como o homem do meio-campo mais recuado. E se deparava com uma armação eficaz do Sport, que fechava os espaços e deixava o time do Morumbi encaixotado, sem alternativa de jogo ofensivo.
Para piorar (como se fosse possível), os pernambucanos conseguiam ser eficazes na transição de jogo quando recuperavam a bola e criavam oportunidades perigosas de ataque. Aos 15, Luiz Gustavo erro e Pablo apareceu nas costas das defesas para finalizar e exigir excelente defesa de Rafael.
E essa foi a toada do primeiro tempo. Um São Paulo lento na construção, abusando da posse de bola e toques mais por falta de capacidade de encontrar espaços ou armar algo ofensivo mais arisco do que necessariamente uma estratégia de jogo que poderia lhe render algo mais concreto.
E do outro lado o Sport, em um 4-1-4-1 se mantinha na estratégia, esperando a ineficácia dos mandantes para retomar a posse e aparecer no ataque com certa astúcia. Aos 37, quase conseguiu marcar de novo, quando Sérgio Oliveira bateu falta da entrada da área, a barreira desviou e Hereda pegou o rebote para exigir mais uma boa defesa de Rafael no jogo.
Na volta do intervalo, Zubeldía resolveu agir. Abandonou os três zagueiros colocando Ferreirinha em campo, tentando ajudar a construção ganhar mais velocidade. E o jogo melhorou, surgindo enfim as chances de gols que a torcida tanto queria.
Logo no primeiro lance, Alan Franco tentou desviar de carrinho na pequena área. Depois, aos 6, a melhor oportunidade tricolor até então. Após troca de passes desde o campo de defesa, Luciano arrancou em velocidade pelo meio e acionou Ferreirinha na ponta. A bola encontrou Enzo Díaz, que deixou Igor Vínicius livre para finalizar, por cima do gol.
Dois minutos depois, o São Paulo voltou a arrancar suspiros da sua torcida. Marcos Antônio, de novo em boa jogada pela direita, passou para Calleri no meio. O argentino rolou limpo para Luiz Gustavo, que aparecia de trás como elemento surpresa, encher o pé e carimbar o travessão do Sport.
O Sport, mais acuado, até tentou aprontar. Em vacilo de marcação pelos lados, Lobato conseguiu avançar, invadir a área e bater rasteiro na saída de Rafael, mas a bola saiu rente à trave esquerda de forma muito perigosa.
Poderia ser motivo de preocupação para o Tricolor, mas logo se mostrou um lance isolado. Pois o São Paulo conseguiu outra boa oportunidade. Aos 18, em construção de muita paciência, Marcos Antônio apareceu bem outra vez pela direita e cruzou na medida para Calleri chegar cabeceando e exigir a primeira grande defesa de Caíque Silva na partida.
Com o passar do tempo, as melhores chances de ataque foram rareando e o que se viu foi um São Paulo cada vez mais arriscando finalizações de longe ante um adversário que abriu mão de qualquer tentativa de jogo para privilegiar a defesa.
Calleri, Matheus Alves, André Silva... Todos eles tentaram finalizações que acabaram saindo errado, selando o empate sem gols que teve sim certo de derrota no paladar tricolor como saldo final do dia, que ainda reservou o socorro de ambulância a um hospital do lateral pernambucano Igor Cariús, que desabou após levar uma bolada.